LEIRIA E O SEU MOINHO DO PAPEL (1411)
Ao longo da Idade Média, Leiria possuiu vários moinhos em seus arredores
dedicados à moagem de cereais os quais tiveram significado
para a economia da cidade.
O moinho dedicado
à manufatura de papel foi instalado em Leiria a partir de 1411, de acordo com
uma Carta Régia de D. João I na qual ele permitia a D.
Gonçalo Lourenço de Gomide, escrivão do rei, que
"… em dois
assentamentos velhos que em outro tempo foram moinhos que estão no termo e na
ribeira da nossa vila de Leiria … junto à ponte dos caniços…" se
instalassem "…engenhos de fazer ferro, serrar madeira, pisar burel
e fazer papel ou outras coisas que se façam com o artifício da água… contando
que não sejam moinhos de pão".
É o primeiro
moinho de papel conhecido em Portugal e a primeira fábrica da
cidade, no qual se fabricaram as primeiras folhas a base de celulose. A existência de um moinho de papel na cidade terá
influenciado o fato de Leiria ter sido uma das primeiras cidades portuguesas a
ter uma tipografia, da qual sairia em 1496 um
dos primeiros livros impressos do país, o Almanach perpetuum, do
erudito hebraico Abraão Zacuto.
Estudos recentes
apontam que o moinho de papel foi construído sobre uma estrutura preexistente,
possivelmente do século XIII, primeiramente dedicado à moagem de cereais Ao longo do século XX o moinho retornou à moagem
de cereais.
O Museu e as suas actividades.
Já no século XXI espaço sofreu obras de requalificação e em 2009 foi inaugurado um espaço museológico dedicado às atividades aí realizadas (produção de papel, farinha e azeite), O centro dedica-se principalmente à realização de ateliers dirigidos a idosos, crianças e grupos escolares.
A antiga tecnologia do fabrico do papel
Texto compilado e resumido de fontes da internet.
Algumas fotos foram gentilmente cedidas pelo amigo Fernando Santos.
Foto 1 - A força da água em corrente orientada como força motriz
Foto 2 - A roda movida pela corrente de agua que faz mover as mós
Foto 3 - No interior as mós para triturar os resíduos do algodão
Foto 4 - A cesta com os resíduos do algodão.
Foto 5 - Os moldes e os crivos para fazer as folhas de papel em cima do recipiente de madeira contendo a pasta aguada das fibras do algodão.
Foto 6 - O crivo é mergulhado na tina e fixa uma camada da mistura de água com a pasta do algodão.
Foto 7 - Prensas para endireitar a película de papel.
Foto 8 - A película dos crivos é depositada em panos e posteriormente expostos ao ar para secagem.
Foto 9 - As folhas do papel