segunda-feira, 12 de abril de 2021

 TIPOGRAFIA, E MOINHO DO PAPEL (SÉCULO XV)

Em 1411, D. João I concedia a Gonçalo Lourenço de Gomilde, seu escrivão da puridade, alvará para instalar junto à ponte dos Caniços (a ponte mais antiga de Leiria e já assim designada nesta altura) um moinho para, entre outros ofícios, fabricar papel.
Dada a precedência de Leiria na instalação de uma fábrica de papel, diversos historiadores crêem que Leiria terá tido também a primazia tipográfica do Reino (e possivelmente da Península Ibérica) c. 1464-1465. Esta hipótese é rejeitada por outros historiadores devido à falta de provas nesse sentido (nomeadamente livros impressos nesta época que o atestem).
No entanto, e sem dúvida, data dos fins do século XV o estabelecimento da imprensa hebraica em Leiria, na sua Judiaria, junto da atual igreja da Misericórdia, então Sinagoga, propriedade do judeu Samuel Ortas e seus três filhos.
Imagens com o azulejo colocado nas traseiras da Igreja da Misericórdia (hoje dessacralizada e denominada Centro de diálogo Intercultural) na Travessa da Tipografia.




 

LEIRIA E O SEU MOINHO DO PAPEL (1411)

Ao longo da Idade Média, Leiria possuiu vários moinhos em seus arredores dedicados à moagem de cereais os quais tiveram significado para a economia da cidade.

O moinho dedicado à manufatura de papel foi instalado em Leiria a partir de 1411, de acordo com uma Carta Régia de D. João I na qual ele permitia a D. Gonçalo Lourenço de Gomide, escrivão do rei, que 

"… em dois assentamentos velhos que em outro tempo foram moinhos que estão no termo e na ribeira da nossa vila de Leiria … junto à ponte dos caniços…" se instalassem "…engenhos de fazer ferro, serrar madeira, pisar burel e fazer papel ou outras coisas que se façam com o artifício da água… contando que não sejam moinhos de pão".

É o primeiro moinho de papel conhecido em Portugal e a primeira fábrica da cidade, no qual se fabricaram as primeiras folhas a base de celulose. A existência de um moinho de papel na cidade terá influenciado o fato de Leiria ter sido uma das primeiras cidades portuguesas a ter uma tipografia, da qual sairia em 1496 um dos primeiros livros impressos do país, o Almanach perpetuum, do erudito hebraico Abraão Zacuto.

Estudos recentes apontam que o moinho de papel foi construído sobre uma estrutura preexistente, possivelmente do século XIII, primeiramente dedicado à moagem de cereais Ao longo do século XX o moinho retornou à moagem de cereais.

O Museu e as suas actividades.

Já no século XXI espaço sofreu obras de requalificação e em 2009 foi inaugurado um espaço museológico dedicado às atividades aí realizadas (produção de papel, farinha e azeite), O centro dedica-se principalmente à realização de ateliers dirigidos a idosos, crianças e grupos escolares.


A antiga tecnologia do fabrico do papel


Texto compilado e resumido de fontes da internet.

Algumas fotos foram gentilmente cedidas pelo amigo Fernando Santos. 


Foto 1 - A força da água em corrente  orientada como força motriz

Foto 2 - A roda movida pela corrente de agua que faz mover as mós

Foto 3 - No interior as mós para triturar os resíduos do algodão 

Foto 4 - A cesta com os resíduos do algodão.

Foto 5 - Os moldes e os crivos para fazer as folhas de papel em cima do recipiente de madeira contendo a pasta aguada das fibras do algodão.

Foto 6 - O crivo é mergulhado na tina e fixa uma camada da mistura de água com a pasta do  algodão.

Foto 7 - Prensas para endireitar a película de papel.

Foto 8 - A película dos crivos é depositada em panos e posteriormente expostos ao ar para secagem.

Foto 9 - As folhas do papel 





















 
































 

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