quinta-feira, 29 de abril de 2021

 RUA D JOSÉ ALVES CORREIA DA SILVA  NA DÉCADA DE 1940

Postal antigo com aquela que é considerada a maior rua da cidade de Leiria. A rua tem inicio na rotunda em frente ao Eurosol e sobe passando pela rotunda da da Cruz da Areia em direcção ao Telheiro e termina no quartel de infantaria 7, passando a chamar-se Rua do Telheiro.
O local onde foi obtida a foto é quase no final da rua no sentido de Leiria. O castelo na altura aparecia em frente, mas hoje está tapado pelos edifícios da Av. Marquês de Pombal.
O curioso é que se confirma que o número 15, indicado no texto da foto antiga, existe e as fotos recentes e anexas provam-no.
Créditos:
Edição: Mensário Informativo Notícias de Colmeias - 2015
Imagem: Fotografias originais, em chapa de vidro, reveladas digitalmente Coleção: Recordar Leiria do início do século XX





A LOCALIZAÇÃO DO DESAPARECIDO ARCO DE SANTANA.
A RUA JOÃO DE DEUS QUE FOI RUA ARCO DO CÓNEGOS E RUA DE SANTANA.

A partir da foto  do arco de santana, também chamado dos cónegos, e da informação encontrada na imagem de que teria sido demolido em 1943, procurei determinar qual a sua antiga localização. Buscas e consultas e o local nunca apareceu claramente até que a consulta do livro  "Toponímia de Leiria" e uma imagem esclarecedora revelou o local do desaparecido arco.

A antiga rua de Santana é desde 1895 a Rua João de Deus, que se inicia Na Rua Correia Mateus e termina no Largo Marechal Gomes da Costa. Este bifurca no seu final e tem hoje a Rua Grão Vasco na esquerda e uma rua à direita que mantém o nome do Largo. Ambas terminam no Terreiro.

Em 1809 toda a rua desde o  inicio até ao Terreiro era denominada Rua Arco dos Cónegos.

Em 1877 a rua passou a chamar-se Rua de Santa Anna (Santana)

Em 1895 a mesma rua passou a Rua João de Deus. 

Em 1938 cortou-se a meio a Rua João de Deus e nomeou-se a ligação ao Terreiro de Largo Marechal Gomes da Costa.

Entretanto em 1943 entre várias obras neste Largo demoliu-se o prédio do Arco de Santana e consequentemente o seu arco.

E resumindo o arco de Santana localizou-se no final da rua esquerda da bifurcação no final do Largo Marechal Gomes da Costa, como a a imagem inferior da 3ª foto revela.

Créditos de consulta: 

"Toponímia de Leiria" de Alda Sales Machado Gonçalves.2005

"A leiria de Miguel Torga-Guia da Cidade de Carlos Alberto Silva.2010








quarta-feira, 28 de abril de 2021

ESTRADA DO ARRABALDE DÉCADA DE 1930

Foto antiga talvez dos anos 30/40 da Estrada do Arrabalde de aquém com vista do casario do bairro (este bairro é muito antigo e surgiu no século XII e tomou o nome de Bairro de S Tiago ) e do castelo e da sua encosta. Não há carros e os passantes utilizam a estrada sem condicionamentos.
O grosso muro de alvenaria separa a estrada dos terrenos agrícolas que no lado esquerdo seguiam em paralelo com o marachão até ao antigo Convento de S Francisco (reconvertido em fábrica de Moagem desde 1925) e do seu lado direito seguiam o rio até à zona da estação. Esses terrenos agrícolas tiveram essa utilização até à década de 50/60, sendo aos poucos abandonados em pousio muito devido às alterações sociais e ao crescimento urbano da cidade.
Como se vê na imagem o muro do lado esquerdo fazia uma curva de 90º para a esquerda e seguia em paralelo com a rua Mouzinho de Albuquerque terminando algures mais à frente. A rua Mouzinho de Albuquerque tinha um cotovelo à direita e seguia em frente até ao Largo 5 de Outubro terminando antes do Edifício Episcopal.



 ESTRADA DO ARRABALDE

Foto dos idos anos 70 com vista da tradicional estrada em paralelos que percorria todo o acesso desde a Gândara dos Olivais até à placa toponímica que indicava o inicio urbano da cidade de Leiria. Do lado direito, numa área relvada o local onde brevemente iria surgir a piscina descoberta de Leiria.
Ao fundo na casa com chapéus de sol seria uma estrutura de apoio tipo café a vender bebidas e sandes. Sem certeza parece-me que no inicio a exploração era privada ou associativa e só posteriormente passou para a alçada camarária.



domingo, 25 de abril de 2021

LARGO 5 DE OUTUBRO DÉCADA DE 1930

Bonita foto longitudinal do Largo 5 de Outubro com o edifício do Banco de Portugal (concluído em 1925) em 1º plano e um curioso candeeiro público do lado esquerdo no limite do jardim.

Alguns passeantes foram apanhados pelo fotógrafo no que seria o passeio higiénico da época.
A foto é de um postal da década de 1930.



 Foto de 1920 do actual Largo Goa, Damão e Diu.

Toda esta área era denominada de Largo 5 de Outubro e não encontrei referência ao ano em que foi criado este largo com o nome actual. A configuração dos edifícios frontais é semelhante à actual.
Ao fundo o Hotel Central que ardeu em 1950 e foi demolido, estando nesse local um edifício bancário.
Existiu um prédio à esquerda (que não é visível) no local onde seria construído o edifício da Caixa Geral de Depósitos nos anos 40, e em frente desse estaria o Teatro D Maria Pia.
Vários passantes foram apanhados pela foto excepto o leiriense bem vestido e em linha frontal que aproveitou a oportunidade e posou para a foto



quinta-feira, 22 de abril de 2021

A FÁBRICA DE ELECTRICIDADE, AS QUEDAS DE ÁGUA E A RUA HINTZE RIBEIRO

 Imagens curiosas do princípio do século XX. Obtidas certamente da Rua Hintze Ribeiro mostram em fundo o morro que acompanha toda a actual Rua de Tomar e que se encontra totalmente urbanizado.

A 1ª foto revela o antigo edifício da "fábrica de electricidade" que a produzia a partir da força motriz gerada pelas quedas de água e que se encontra aproximadamente do local ocupado pelo antigo edifício da EDP, hoje adquirido pela CML para projectos culturais.
Na 2ª foto o realce para o edifício que ainda se encontra na Rua de Tomar, degradado e sem utilização, e que albergou uma fábrica de alpercatas (o assunto já foi aqui mencionado).




segunda-feira, 19 de abril de 2021

 

IGREJA E LARGO DE S. PEDRO

 A igreja de S. Pedro  foi a segunda a ser construída em Leiria datando provavelmente do final do século XII.

Depois da Igreja da Pena, (erigida no reinado de D. Afonso Henriques e reconstruída no século XIV), S. Pedro serviu de Sé até 1574, data em que o cabido se mudou para a nova catedral.

Após essa data serviu de igreja paroquial e passou por algumas reformas nos séculos XVII e XVII.

À medida que a sua área paroquial foi restringida, também seria progressivamente esquecida e desativada e no século XIX chegou a ser usado como teatro, celeiro e até prisão.

Em 1910 foi designada Monumento Nacional e em 1933 restaurada.

 De estilo românico, foi construída em calcário e alvenaria entre os séculos XII e XIII e é a única das igrejas românicas de Leiria que ainda existe. Apesar de algumas alterações e do desgaste que sofreu com o tempo, a igreja ainda possui a fachada e a abside românicos originais.

Foto 1 - Interior da igreja.

Foto 2 - Vista da entrada da igreja.

Foto 3 - Largo de S. Pedro e vista da Torre sineira.






segunda-feira, 12 de abril de 2021

 TIPOGRAFIA, E MOINHO DO PAPEL (SÉCULO XV)

Em 1411, D. João I concedia a Gonçalo Lourenço de Gomilde, seu escrivão da puridade, alvará para instalar junto à ponte dos Caniços (a ponte mais antiga de Leiria e já assim designada nesta altura) um moinho para, entre outros ofícios, fabricar papel.
Dada a precedência de Leiria na instalação de uma fábrica de papel, diversos historiadores crêem que Leiria terá tido também a primazia tipográfica do Reino (e possivelmente da Península Ibérica) c. 1464-1465. Esta hipótese é rejeitada por outros historiadores devido à falta de provas nesse sentido (nomeadamente livros impressos nesta época que o atestem).
No entanto, e sem dúvida, data dos fins do século XV o estabelecimento da imprensa hebraica em Leiria, na sua Judiaria, junto da atual igreja da Misericórdia, então Sinagoga, propriedade do judeu Samuel Ortas e seus três filhos.
Imagens com o azulejo colocado nas traseiras da Igreja da Misericórdia (hoje dessacralizada e denominada Centro de diálogo Intercultural) na Travessa da Tipografia.




 

LEIRIA E O SEU MOINHO DO PAPEL (1411)

Ao longo da Idade Média, Leiria possuiu vários moinhos em seus arredores dedicados à moagem de cereais os quais tiveram significado para a economia da cidade.

O moinho dedicado à manufatura de papel foi instalado em Leiria a partir de 1411, de acordo com uma Carta Régia de D. João I na qual ele permitia a D. Gonçalo Lourenço de Gomide, escrivão do rei, que 

"… em dois assentamentos velhos que em outro tempo foram moinhos que estão no termo e na ribeira da nossa vila de Leiria … junto à ponte dos caniços…" se instalassem "…engenhos de fazer ferro, serrar madeira, pisar burel e fazer papel ou outras coisas que se façam com o artifício da água… contando que não sejam moinhos de pão".

É o primeiro moinho de papel conhecido em Portugal e a primeira fábrica da cidade, no qual se fabricaram as primeiras folhas a base de celulose. A existência de um moinho de papel na cidade terá influenciado o fato de Leiria ter sido uma das primeiras cidades portuguesas a ter uma tipografia, da qual sairia em 1496 um dos primeiros livros impressos do país, o Almanach perpetuum, do erudito hebraico Abraão Zacuto.

Estudos recentes apontam que o moinho de papel foi construído sobre uma estrutura preexistente, possivelmente do século XIII, primeiramente dedicado à moagem de cereais Ao longo do século XX o moinho retornou à moagem de cereais.

O Museu e as suas actividades.

Já no século XXI espaço sofreu obras de requalificação e em 2009 foi inaugurado um espaço museológico dedicado às atividades aí realizadas (produção de papel, farinha e azeite), O centro dedica-se principalmente à realização de ateliers dirigidos a idosos, crianças e grupos escolares.


A antiga tecnologia do fabrico do papel


Texto compilado e resumido de fontes da internet.

Algumas fotos foram gentilmente cedidas pelo amigo Fernando Santos. 


Foto 1 - A força da água em corrente  orientada como força motriz

Foto 2 - A roda movida pela corrente de agua que faz mover as mós

Foto 3 - No interior as mós para triturar os resíduos do algodão 

Foto 4 - A cesta com os resíduos do algodão.

Foto 5 - Os moldes e os crivos para fazer as folhas de papel em cima do recipiente de madeira contendo a pasta aguada das fibras do algodão.

Foto 6 - O crivo é mergulhado na tina e fixa uma camada da mistura de água com a pasta do  algodão.

Foto 7 - Prensas para endireitar a película de papel.

Foto 8 - A película dos crivos é depositada em panos e posteriormente expostos ao ar para secagem.

Foto 9 - As folhas do papel 





















 
































 

domingo, 11 de abril de 2021

 ESTÁTUA DE AFONSO LOPES VIEIRA

A estátua de Afonso Lopes Vieira, obra do mestre Joaquim Correia esculpida em bronze,  é uma representação do poeta em pose contemplativa, apoiando-se nos rochedos da praia de S. pedro de Moel. A pose contemplativa e o olhar sonhador revelam que o autor ao conceber esta composição tinha conhecimento da vivência do poeta e da sua obra literária. 

Esta obra faz lembrar "O Pensador" de Auguste Rodin, apontando para influências expressionistas, também já manifestadas noutra escultura do mesmo autor, concebida e apresentada em Leiria  com o monumento a "Francisco Rodrigues Lobo, inaugurado em 1973 e colocado na Praça Rodrigues Lobo ali mesmo ao lado.
Além de homenagear o poeta, assinala o local onde existiu a casa onde nasceu em 1978, a qual foi destruída em 1915.

Afonso Lopes Viera (1878-1946), poeta natural de Leiria, um dos principais representantes do “neogarrettismo”, fez o curso de direito na Universidade de Coimbra (1894-1900), indo depois viver para Lisboa, onde exerceu funções de redactor na Câmara dos Deputados até 1916, a partir desta data dedica-se exclusivamente à actividade literária, produzindo uma vasta obra. A estátua foi inicialmente colocada no jardim de Leiria, junto ao rio Lis, e só mais tarde foi transferida para o local onde hoje se encontra.



quinta-feira, 8 de abril de 2021

 RUAS DE LEIRIA E A PRESENÇA DO SEU CASTELO

Ruas do Centro histórico com vista de fundo em que aparece um recorte do castelo de Leiria.

Muitas ruas haverá em que se conseguirá esta junção panorâmica que é uma particularidade identificativa.
Rua Alfredo Keil.
Rua Pedro Álvares Cabral.
Rua Coronel Artur de Paiva.
Rua Sacadura Cabral.
Travessa da Tipografia.
Largo das Forças Armadas.










A IRONIA NOS ROMANCES DE EÇA DE QUEIRÓS

A hipocrisia continua tão presente na sociedade portuguesa como quando Eça a retratou nos seus livros.
As qualidades e os defeitos dos homens constituem um todo que corresponde à imperfeição do ser humano. Ora Eça deu, como nenhum outro, cor e vida a essa imperfeição sobretudo à conta da figura literária da ironia.
Mais do que ser “realista”, Eça era um grande ironista. Quer uma (a ironia), quer o outro (o realismo) assustam os hipócritas e tem a condescendência da sociedade.
No fundo, a estátua que o imortalizou em Lisboa “imortalizou” simultaneamente a vastíssima hipocrisia nacional que treme de medo “que se saiba” a verdade.
O incesto em “Os Maias” era patriótica e socialmente aborrecido por se saber que existia. Não era um mal em si, que é o que significa a metáfora literária de Eça.
Tal como não eram os amores do padre de Leiria, os do primo de Luísa ou a frequência de lupanares por políticos das Cortes e do governo de Sua Majestade.
Eça usava a vida privada das personagens para expor a hipocrisia nacional.
É isso o que aquela frase por baixo da estátua quer dizer :
“sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia".

Foto: Largo Barão de Quintela perto do largo de Camões, em Lisboa.



segunda-feira, 5 de abril de 2021

 O ANTIGO CONVENTO DE SANTANA (demolido em 1916)

Foi fundado em 1494 por D. Catarina, Condessa de Loulé, viúva de de um nobre morto na Batalha de Arzila em 1471.
O Convento de Santana estabeleceu-se em Leiria como comunidade de Dominicanas, na zona do antigo Rossio, junto ao Rio Lis.
A sua comunidade foi extinta em 1880, após a morte da última religiosa, Soror Joaquina do Rosário, e o seu edifício demolido em 1916. No local foi construído o actual Mercado de Santana em 1931.
A população conventual foi constituída por mulheres de origens nobres e burguesas locais e regionais que entraram no convento como religiosas ou como recolhidas.
A tutela da casa ficou a cargo de frades dominicanos do Mosteiro da Batalha e sobreviveu essencialmente de uma economia rentista, de doações, e, ainda da propriedade das religiosas e recolhidas. A casa terá vivido o seu auge entre o século XVII e início do século XVIII, entrando posteriormente em decadência.
O espólio arqueológico cerâmico recolhido aquando da intervenção arqueológica ocorrida entre 1999 e 2000 no Mercado de Santana, poderá ser um reflexo de toda esta realidade. Foi encontrado neste espólio uma colecção de faiança portuguesa, datada entre os séculos XVI e XVIII, de cerâmica fina decorada.
Texto com base em informação recolhida de
Convento de Santana de Leiria: história, vivências e cultura material
Autor: Ana Rita Trindade e Rodrigues Baptista de Palma
Fotos antigas de finais do século XIX.
1 - Foto do Convento de Santana.
2 - Vista panorâmica do convento e zona circundante.
3 - vista panorâmica onde aparece o edifício do Teatro Maria Pia.







domingo, 4 de abril de 2021

 O MERCADO DE SANTANA

A demolição do Convento de Sant’Ana ocorreu em 1916 mas o espaço libertado só foi urbanizado anos depois, provavelmente devido à influência económica negativa dos anos da 1ª grande guerra.
Em 1931, sobre parte do antigo convento, e sob projecto de Ernesto Korrodi, concluiu-se um novo e atraente Mercado Municipal, que contribuiu para a organização da oferta de bens alimentares num espaço permanente e com boas condições de higiene e salubridade.
Foram nele incluídos espaços adicionais para lojas fechadas, e o espaço passou a ser uma referência na dinâmica comercial e social da cidade.
Os trabalhos de urbanização da Avenida Combatentes da Grande Guerra, que completaria o enquadramento do novo mercado só foram iniciados em 1939 marcando a zona com uma avenida moderna e futurista que rasgou a cidade para o crescimento das décadas vindouras.
Foto 1 - Mercado de Santana no século XXI já na função de polo cultural e de memória e mas mantendo as lojas comerciais em funcionamento.
Foto 2 - Mercado de Santana na década de 1960.
Foto 3 - Interior do mercado em foto de 1937, com a organização de bancas de venda.





sexta-feira, 2 de abril de 2021

 HOSPITAL MANUEL DE AGUIAR NO TEMPO

Duas imagens do Hospital D Manuel de Aguiar, de enquadramento semelhante mas com 50/60 anos de diferença.

A 1ª foto dos finais do século XIX além do edifício do hospital mostra o Posto de desinfecção e a ponte dos 3 arcos, que atravessava o rio e terminava em frente da Fonte das 3 bicas.
A 2ª foto além do hospital, mostra o edifício da A.N.T. (Assistência Nacional aos Tuberculosos) e restos de materiais provenientes da demolição da ponte, e que curiosamente ainda lá se encontram nos dias de hoje.




quinta-feira, 1 de abril de 2021

 A TRAVESSA DA TIPOGRAFIA NO TEMPO DE EÇA DE QUEIROZ

A típica rua da urbe medieval medieval foi residência de Eça de Queirós entre 1870 e 1871, que nela se alojou durante o tempo que permaneceu na cidade num prédio na Travessa da Tipografia, nos nºs 9, 11 e 13.
Os ambientes, as ruas e as casas de Leiria converteram-se no palco de acontecimentos do romance “O crime do padre Amaro”: Essa obra apesar de ficcional tem no seu enredo a descrição da Leiria oitocentista. pelo que é um documento interessante para o conhecimento da história da Leiria urbana do século XIX.
“Em redor da Praça as casas estavam já adormecidas: das lojas debaixo da Arcada saía a luz triste dos candeeiros de petróleo, entreviam-se dentro figuras sonolentas, caturrando em cavaqueira, ao balcão. As ruas que vinham dar à Praça, tortuosas, tenebrosas, com um lampião mortiço, pareciam desabitadas. E no silêncio o sino da Sé dava vagarosamente o toque das almas”
As citações são da obra "O crime do Padre Amaro" de Eça de Queiroz.







 ANTIGA VÁRZEA DO ARRABALDE DE AQUÉM E BAIRRO

Em vista de fundo o casario do arrabalde de aquém que rodeia a escola primária e que terá sido o local onde se implantou o antigo bairro de S Tiago a partir do século XIII. Ainda hoje existe o caminho e a muralha que sobe em diagonal até à porta norte, que dá acesso à zona do largo de S Pedro e ao castelo.

Nesta foto de meados do seculo XX em vista principal os terrenos de cultivo de uma quinta que se iniciava neste muro à direita e bordejando o rio e a estrada, terminava bem perto do convento e igreja de S Francisco onde desde 1920 laborou a Companhia Leiriense de Moagem.
Na década de 1970 com a construção do mercado, todos estes terrenos foram convertidos em zona urbana e dele fazem parte o mercado municipal e anexos, o parque de estacionamento junto ao rio, o edifício do Maringá e o seu centro comercial, o antigo edifício do Hotel D João III e a sua área comercial.



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